domingo, 20 de fevereiro de 2011

E a Copa de 2014 ?

 

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Muito se ouve falar na famigerada copa de 2014. Muita gente acha que vai ser um fracasso, uma vergonha de classe mundial. Antes eu discorada. Não mais.


Toda essa história de grandes eventos no Brasil é antiga. Desde as frustradas tentativas para trazer os jogos olímpicos, até a realização do Pan, que convenhamos, foi um sucesso. Porém, agora a história é outra. A Copa do Mundo é um evento sem igual, o maior dos maiores. Não basta apenas realizar um mundial, como a Africa do Sul o fez. Para o Brasil seria extremamente importante que o mundial fosse um sucesso, para consolidar de vez o país como uma das grandes potências mundiais. Mas parece que não vai ser o caso.


O cenário de falta de infra-estrutura, condições precárias dos estádios, falta de capacitação dos nossos profissionais, que são conhecidos e aceitos pelos padrões brasileiros a décadas, não será suficiente para enganar o restante do mundo. Não será o suficiente para impedir uma copa em solo brasileiro, mas com certeza, passará longe do que Japão e Coréia fizeram, ou até mesmo a Alemanha.


Faltando pouco mais de 3 anos para o início do mundial, o Brasil ainda tem sedes sujos estádios nem sequer foram definidos. E não é qualquer sede. O jogo de abertura ainda permanece uma incógnita. De um lado os corinthianos com o seu piritubão, apoiado pela CBF nitidamente em nome da amizade dos presidentes, e do outro o Morumbi e o bom senso. Não existe tempo hábil e nem dinheiro para que seja erguido um novo estádio na capital paulista. Sinceramente, tudo leva a crer que a abertura e o encerramento da copa realmente acontecerão em solo carioca, no Maracanã, que é uma das sedes mais avançadas até agora, talvez pela experiência adquirida pelo Rio com o Pan e com a proximidade das olimpíadas.
Porém o caso paulista não é o mais grave. Natal vem passando por problemas piores. Ninguém quer construir o estádio. Isso mesmo. Durante a licitação, nenhuma empresa se apresentou para tocar o projeto. Zero. O motivo ? A incompetência das autoridades responsáveis pelo projeto, que não sabem o que fazem e criam documentos duvidosos e facilmente contestáveis na justiça, o que torna o projeto arriscado demais para que as grandes construtoras sem envolvam. Antes mesmo do começo das obras, a licitação já foi contestada e suspensa na justiça, tendo que ser completamente revista.


E o que nós temos a ver com isso ? É simples. Não basta apenas a vergonha de estar num país que não consegue se organizar nem mesmo para uma competição de 30 dias. A credibiliadde e a capacidade do profissional brasileiro estão em cheque. Será que não existem gestores de projeto, governantes, pessoas capazes no nosso país ? Qual é a capacidade do profissional brasileiro ? As grandes obras, os grandes projetos, todos em de empresas de fora, como é o caso do Morumbi, que recebeu o projeto pronto de uma consultoria alemã, após as tentativas fracassadas dos escritórios brasileiros em atender as exigências da FIFA. Porém, nem assim somos capazes de por em prática um plano tão simples, visto que em outros cantos do mundo tudo estaria bem encaminhado.


O problema é que o Brasil tropeça das próprias pernas, nos próprios problemas, na burocracia, na politicagem, no jogo de interesses, e na falta de compromisso com a sociedade. Muitos dizem que com o dinheiro da copa daria para construir milhares de escolas, hospitais, etc. Eu digo para essas pessoas, que com a fortuna que nós pagamos de impostos, daria para fazer tudo isso e muito mais. Vale lembrar que os hospitais que temos são verdadeiros túmulos, e as escolas são fábricas do crime.

O Brasil tem problemas muito maiores que a Copa do Mundo,que a falta de escola e hospitais, e enquanto a população não fizer a sua parte, em algo como fizeram os egípcios, tudo vai continuar do mesmo jeito, e nós, passando vergonha.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Panorama da navegação internacional

 

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Com a crise econômica que se abateu sobre a economia mundial no final da década passada, um dos setores mais afetados pela desaceleração da economia foi o transporte internacional de cargas. Com a redução no volume de negócios internacionais, as empresas do setor passaram por maus momentos, chegando a cobrar fretes abaixo do custo operacional apenas para se manter no mercado. Em 2009, chegamos a marca de 11% da frota de containers mundial parados.


Os armadores são os que mais sofreram com a queda da demanda. No norte da Alemanha, onde se concentram alguns dos maiores armadores do mundo, o cenário já chegou a beirar o desespero num passado recente. Os operadores deixaram de contratar novos navios, e deixaram de renovar, ou renovaram por preços muito baixos os contratos dos navios já afretados, fazendo com que os tradicionais armadores alemães amargassem duras perdas, e fossem obrigados a arcar com os custos de manter dezenas de navios atracados, ociosos.


Porém, os sinais dos novos tempos são, se não animadores, pelo menos tranquilizantes. Com o reaquecimento da economia, principalmente dos países emergentes, um novo cenário de prosperidade pode ser vislumbrado. O crescimento do transporte marítimo que já chegou a crescer 10% ao ano, não deve passar de 6% nos próximos anos, mas novos navios já tem sido encomendados, e obras de infra-estrutura tem ajudado a animar o setor.


Como parte do novo cenário mundial, a China entrou de vez na rota das grandes navegações, e tem se tornado cada vez mais um destino importante, que pode ajudar a aquecer a economia. Enquanto o mercado europeu ainda sofre para se reestabelecer, a China tem atraído cada vez mais investimentos, e deve continuar assim, pelo menos enquanto os custos de produção continuarem sendo substancialmente menores lá do que no resto do mundo.


Novos investimentos tem sido feitos em alguns dos principais portos do mundo, especialmente em Rotterdam, onde os investimentos bilionários iniciados antes da crise foram mantidos, e estão a todo vapor. No Brasil, investimentos tem sido feitos para aumentar a capacidade do porto de Santos, e a reconstrução de Itajaí finalmente saiu do papel. Todos estes fatores contribuem para formação do cenário mundial do transporte marítimo, que, se não é dos melhores, pelo menos já esteve muito pior.

domingo, 9 de janeiro de 2011

2010 in review e 2011 in preview

 

Bom, mais um ano se passou, um ano de muita inatividade no blog por assim dizer, mas um ano divertido. Hora de relembrar os melhores momentos, e imaginar o que vem por aí neste 2011.

Ano passado começou com um ano normal, ou pelo menos eu acho. Não consigo lembrar direito, só sei que nessa época eu estava recebendo um telefonema da Sonda, que foi uma das melhores piores coisas que já me aconteceram.

2010 foi um ano muito louco, foi o ano que eu entrei no pior emprego da minha vida, trabalhando num call center. Não durei 6 meses, pedi demissão, mas acabei indo parar em outro setor da empresa. Amenizou um pouco o sofrimento. Foi o segundo emprego da vida que eu já pedi demissão, apesar que o primeiro eu só fui perceber que eu realmente tinha pedido pra sair uns dias atrás. Coisas da vida. Acho que eu não sou um cara muito estável.

No mês de março, e que mês de março, foi a viagem pra Goiânia com os brothers. TUdo pronto pro show do P.O.D., mas chegando lá, foi tipo o sábado de sol dos mamonas. Muita loucura, tudo saindo errado até os 47 do segundo tempo, aí veio o gol da vitória, e foi muito foda. Conhecer os caras, conversar com eles sobre filmes e coisas da vida, caras que até então não passavam de vídeos no youtube e um aperto de mão no show de 2008, foi inacreditável. Valeu a pena dormir num hotel zuado, não dormir na segunda noite procurando um cara no hospital, ficar sem grana pra pagar o hotel e 48h ligado na correria direto. No domingo ainda rolou show em BH, com direito a entrar de graça. Onde na minha vida eu imaginei que eu fosse entrar de graça no show do P.O.D. ?! Nunca entrei de graça nem em show de dupla sertaneja na porta do buteco.

Meio do ano foi conturbado, muitos planos, mudança de função no trabalho, mudança de horário e tal, os brothers de sempre indo morar em outros cantos do mundo, mas foi bom. AInda tinha o resto do ano, e principalmente outubro e o SWU.

Fim de semana histórico esse também. Show do Rage, sim, o até então extinto Rage. Linkin Park, sonho de criança, e muitos outros. Mais uma vez muitos apertos se seguiram. Frio de doer os ossos, sem saber pra onde ir depois do show, quase ficar sem a mochila e o ingresso, só conseguir achar a casa do maluco 7:30 da manhã do dia seguinte, isso depois de sair 00h do show. Mas valeu a pena demais. Novas amizades, novas experiências, não há preço que pague. Que o diga um amigo meu, que passou tanto tempo economizando o dinheiro pra não voltar do festival pobre, que acabou tendo a carteira roubada no último dia.

Parando pra pensar, 2010 foi um ano muito bom, ano que eu encontrei muita gente que eu não via a muito tempo, ano que eu vi coisas que jamais imaginaria ter visto, ano que eu não fiz muito, mas curti demais o pouco que fiz. Foi com certeza melhor que 2009.

Pro ano novo eu só espero manter o alto nível com que meus anos tem evoluído. Espero fazer novos planos, e concretizá-los. Espero não desistir de nada, e espero ir a muitos outros lugares onde nunca estive, e se possível, voltar aos lugares que eu gostei de conhecer.

E pra começar, apesar de ser só em maio, o Heaven Shall Burn vem aí, maluco !!! Depois de anos de espera, eles estão de volta, e dessa vez, só Deus pode me impedir de estar lá, e se possível, nos dois shows, que é pra ter certeza de que eu vi.

Outros planos virão e serão concretizados, ou descartados, mas o mais importante é não parar de acreditar nunca, e não deixar que o ócio e o conformismo tome conta do ano novo que se inicia.

Happy New Year, fellas!

Desindustrialização no Brasil – Engenharias.eng.br

 

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Desde o início do mês eu me tornei colaborador do site http://www.engenharias.eng.br, gostaria de compartilhar com vocês o meu artigo de estréia, que ainda está em aprovação, mas que já pode ser lido aqui, então, aí vai:

 

Ano após ano o Brasil tem percebido uma diminuição importante da participação da indústria na composição do PIB do país. Enquanto no início dos anos 90 esse percentual beirava os 40%, hoje em dia está em torno dos 25%. Em um país que está mostrando todos os sinais de crescimento, de estar no caminho certo para tornar uma potência mundial, será que é sensato acreditar que estejamos indo rumo a desindustrialização ?


De fato a participação da indústria na economia tem sido cada vez menor. Estamos exportando menos e importando muito mais. Em outros tempos, as importações da indústria brasileira se concentravam nos itens de alta tecnologia, porém, este cenário vem mudando dia após dia com a valorização do real, e a entrada de novos jogadores no mercado, especialmente se tratando da China.


As empresas tem deixado de comprar máquinas brasileiras para importar as chinesas, que custam muito menos. A carga tributária elevada e a mão de obra cada vez mais cara são alguns dos fatores que estão levando a indústria nacional a perder a queda de braço contra os concorrentes estrangeiros, que usam de todos os artifícios para vencer no mercado, desvalorizando sua moeda na ordem de até 50%, e lançando mão de práticas condenáveis, como  o dumping (praticar preços extremamente baixos para eliminar a concorrência).


A indústria brasileira precisa reagir rapidamente, pois um novo cenário mundial está se formando, e o poder econômico mostra fortes sinais de que está mudando de mãos. Uma economia forte necessariamente passa por uma indústria forte, que é a base de tudo, e, assim como em uma pirâmide, uma base fraca pode por em risco todo o restante.